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Era um dia quente.
- Bem, Izu, que tal vermos um filme hoje a noite? - Uraraka. perguntou.
- Hoje a noite? Bem... eu não posso... - O esverdeado se desculpou.
- De novo? Você vem se ocupando todas as noites... - A castanha rebateu.
- O que anda fazendo? - Lida perguntou, ajeitando o óculos.
- Deve ser vem algum garoto...- Uraraka continuava com seus comentários. Sempre semicerrando os olhos e falando com desconfiança.
- Não! - Izuku revirou o rosto. - Eu...eu...só tenho ficado em casa ultimamente...só isso.
- Isso é mentira! - Uraraka desmentiu. - Seu tio me ligou um dia desses perguntando de você.
- E o que você disse!? - Izuku segurou nos ombros da amiga.
- Ué, disse sim! Eu te acorbetei.
- Ah...amiga...você é perfeita! - Izuku sorriu em agradecimento e abraçou Uraraka.
- Bom...mesmo assim, acho que eu e o Lida deveríamos ao menos saber...não é? - A castanha levantou as sobrancelhas, cobrando a resposta.
- Eu...eu ainda não tô pronto para falar. Só isso... - Ele coçou o braço. Constrangido.
Uraraka e Lida suspiraram e compreenderam.
- Olha, tudo bem. Só não acho certo você mentir pro seu tio. Se algo ruim acontecer...eu me sentiria muito mal.
- Está tudo bem...nada vai acontecer. - consentiu o esverdeado.
Do outro lado do campus, Katsuki pegou a bola.
Ele bateu ela contra o chão e avançou no campo do time adversário. Dois jogadores vieram em cima para tentar fadá-lo. Mas não conseguiram, pois na mesma hora, o loiro segurou-a, e a lançou em direção à cesta. Ela atingiu o círculo, caindo pela rede e assim, mais um ponto foi marcado.
O apito soou.
O loiro comemorou com um sorriso no rosto. Kirishima pulou em cima dele, montando em suas costas.
- Cara! Isso foi demais! - o ruivo elogiou.
- Incrível como você não erra uma! - Denki apareceu ao seu lado.
- Não é atoa que é nosso capitão! - Sero também entrou na conversa.
- Chega pra lá! Idiotas! - Bakugou bradou. - Por que ao invés de babarem meu ovo, por que não vão treinar mais!?
- Porque estamos cansados...- Kirishima resmungou.
Katsuki olhou para além da quadra, observando o cabelo de um ser verde. - justamente de quem ele esperava ser - e pensou na desculpa mais breve para dar:
- Cansados? Ha! - disse com desdém. - Bora! Quero cinquenta flexões! - ordenou.
- Mas capitão...- Denki lastimou. Mas foi interrompido na mesma hora:
- Rápido! Babacas! - implicou o capitão, autoritário.
Os três rapidamente começaram a lhe obedecer. Se voltaram ao chão e começaram a fazer as flexões.
- Volto já. - Katsuki assegurou.
Ele correu em direção ao portão da escola. A fim de alcançar o nerd.
- Deku! - gritou.
Izuku levantou a cabeça e olhou para trás. E Katsuki chegou mais perto, se apoiando nos joelhos para respirar.
- Olha só, Izuku, O Katsuki correu pra vir te ver... - Uraraka sacaneou. Bakugou levantou o rosto e olhou para ela enjuriado. (Embora cada palavra fosse a mais pura verdade.)
- Me ver nada, ele quer o trabalho dele, isso sim. - Izuku diz, abrindo sua pasta.
Ele retira o trabalho e entrega.
- Finalmente! - exclamou o loiro.
- Eu fiz ele um pouco acima da média. Sabe? Por que se você tirar um A com certeza os professores vão suspeitar. Então no máximo dá pra você tirar um B ou um B- ou um C. - Izuku explicou.
Katsuki gostaria de agradecer. Mas já deu quinze dólares para ele. Porém, beijá-lo não seria má ideia.
Ele só pensou, não fez isso.
- Vá logo se preparando para o de História. - Bakugou lançou um sorrisinho. Izuku balançou a cabeça. E o loiro deu as costas. Mas assim que fez isso, dois carros de polícia passaram velozes na frente da porta do colégio, com as sirenes ligadas. Perseguindo um carro preto que corria em alta velocidade!
Misteriosamente, em meio a multidão, Izuku volta para dentro da escola e entra na salinha de um zelador. Onde encontra vassouras, esfregões e baldes. Retira seu traje da bolsa e seu lança-teias. Não se preocupou com câmeras, pois numa escola pública do Queens não existe mal professores, imagine segurança.
Saiu pelos fundos da escola e lançou suas teias.
Katsuki correu até o vestiário. Ele abriu seu armário com a chave que sempre mantém na bolsa. Seu traje é mais complicado de vestir devido ao couro, porém, ele conseguiu trajar-se o mais rápido possível. Pegou suas duas Katanas, bateu a porta, pulou a janela e sumiu.
Ele adquiriu sua peculiaridade de regeneração quando era pequeno. Seu avô, já falecido, era um cientista renomado. Katsuki gostava de brincar em seu laboratório, e certo dia acabou bebendo algo por engano, achando que fosse refresco. Ele desmaiou.
Por sorte, não era veneno.
Acordou em uma máquina, deitado e com vários fios interligados em suas células e em seus neurônios. Seu avô, incrédulo, viu pelo monitor a mutação do DNA do neto. E até hoje, esconde isso dos pais que moram no exterior.
Aprendeu a lutar artes marciais, golpes para defesa e ataque, luta estilo livre e etc... Qualquer esporte que envolvesse socos, ele estava no meio. Ganhando troféus e sempre migrando de ring. E tentando puxar notoriedade na mídia a fim de ser chamado na U.A, a agência de super-heróis, agora salvava vidas pela sua área, no Queens.
Ele correu rápido. Dando pulos super longínquos. Conseguindo alcançar a avenida.
- Olha lá! É o Greatpool! - gritou uma jovem.
E ao seu lado, Spidergreen aparece, soltando suas teias.
- O Spider também! - um rapaz apontou.
Os dois começaram a correr juntos, lado a lado, por cima do viaduto.
- Ora ora... - Katsuki olhou para o lado. - Se não é o formiga verde...- ele errou de propósito.
- Ora ora, se não é a laranja podre... - O esverdeado também sabia sacanear.
Os policiais estavam muito mais à frente. Longe demais.
- Nunca vamos chegar neles! - Spider resmungava.
Great olhou para o lado, ainda correndo, e segurou em uma das motocicletas de alguém.
Ele empurrou o passageiro.
- Foi mal. Pega depois na delegacia! - exclamou, subindo no veículo. - Spider! Vem! - chamou o herói verde.
Ele montou na garupa e se segurou no mais alto.
Deku mantinha um sorrisinho por debaixo da máscara, estava abraçando o tronco do homem dos seus sonhos! Era inacreditável... Mesmo não sabendo quem ele era.
Katsuki pisou com força o acelerador, e a moto extrapolou o asfalto, co, os pneus cantando em meio a avenida. Eles conseguiram chegar próximo aos policiais.
Com sua capacidade de se grudar nos lugares, Izuku ficou em pé na garupa da moto, e lançou uma telha em direção ao carro dos meliantes.
Bakugou acelerou, com mais força. E a moto ficou lado a lado do veículo preto. Spider pulou em cima do capô do carro, bloqueando a visão dos caras. Bakugou arrancou a porta com sua super-força, e deu um soco no homem que estava dirigindo. Retirou uma de suas espadas da costa e rasgou o pneu.
O carro freou com tudo, riscando o chão, e quase capotou. Por sorte, Izuku interviu com suas teias.
E quando os três tentaram fugir, mais uma vez Greatpool entrou em ação.
- Vamos dançar. - sussurrou.
Um chute no rosto de um. No saco do outro. E nas costas do último.
Ele derrubou os caras. Izuku quase babou vendo tudo aquilo.
A polícia chegou, e os prendeu.
Deku liberou suas teias, colocando o carro no chão.
- Então, por que estavam fugindo? - Spidergreen perguntou à delegada.
- Homicídio. - respondeu. - Aqueles caras foram contratados para matar um pequeno grupo de pessoas. Fizeram um assassinato em massa.
- Onde? - Bakugou perguntou.
- Foi no que parecia ser uma espécie de ponto de droga.
- Minha nossa! - Izuku exclamou.
- Bem, mais vez, Greatpool e Spidergreen, vocês tem nossos agradecimentos. Formam uma bela dupla.
- Não somos uma dupla! - Great corrigiu.
- Somos sim...- Spider insistiu.
- Não...não somos.
- Ah sim, nós somos. - Spider implicou mais um pouco.
Bakugou desistiu.
- Bem...- A delegada olhou para os dois com receio. - Vou indo nessa.
- Bom trabalho! - o esverdeado se despediu da mulher e depois virou-se para o herói laranja. - Por quê disse que não somos uma dupla?
Ele sabe que não são. Só queria saber a resposta que ele daria.
- Não somos! E você está na minha área. - Greatpool ficou embevecido.
- Somos tão bons combatendo o mal juntos...
- Eu teria conseguido sozinho.
- Não, não teria.
Ele tem razão. Não teria.
- Arg! - Bakugou sabia que não valia a pena bater boca com ele.
- Bom, vai fazer algo agora? - Perguntou o menor.
- Não. - respondeu curto e grosso.
- Quer ficar de patrulha no Centro?
- Tanto faz. - o herói laranja deu de ombros.
- Vem...me abraça...- Izuku ergueu os braços.
- Podemos ir andando! - sugeriu.
- Deixa de ser fresco! - Izuku envolveu os braços no tronco do mais alto. - Ou tem medo de altura? Ein?
- Você sabe que não tenho. - Great envolveu seus braços na cintura do Spider.
- Ótimo! - E ele lançou uma telha, e ambos foram saltando pelos telhados.
(...)
Dabi tomou seu banho.
Ele saiu debaixo do chuveiro um pouco inseguro, depois se olhou no espelho. Bem...O porte físico não estava em dia. Todavia, era um corpo bom para sua idade: trinta anos.
Fora até seu quarto e vestiu sua melhor camisa, sua melhor cueca, sua melhor calça e seus melhores sapatos. Passou seu melhor perfume e penteou seu cabelo.
Analisou o bafo mais uma vez, e mandou pra boca uma bala de menta. Já estava atrasado para o compromisso.
Ele desceu a pequena escada e tentou cruzar a sala sem ser notado, mas falhou miseravelmente. Pois Izuku estava no sofá assistindo os noticiários. Da noite pro dia ele começou a ver reportagem, coisa que antes ele não dava tanta relevância. Mas sabemos o motivo. Contudo, seu tio acredita que seja só o crush pelo Greatpool.
- Aonde vai? Todo arrumado... - Midoriya levantou as sobrancelhas duas vezes, em um tom maldoso.
- Vou sair. - afirmou. - E aí? O que achou da roupa? - perguntou, ainda inseguro.
- Você tá lindão. Nunca vi o senhor assim... É um encontro?
Ele sabe que se não respondesse, seu sobrinho não o deixaria em paz. E se mentisse, seu sobrinho desconfiaria.
- Sim. Um encontro.
- Aaaiin! Não acredito! É do site que eu te falei? É ele ou ela? É bonito? Posso ver?
- Sim. Ele. Sim e... Não! - respondeu a todas as perguntas na maior calma possível.
- Ah...tio, por favor!
- Bom, na hora certa vocês vão se conhecer...se isso dar certo.
Izuku notou que Dabi estava nervoso, por mais que não desmontrasse.
- Pare com isso! Não fique cabisbaixo. - Izuku levantou do sofá, indo em direção ao mais velho. - Seja confiante, o senhor consegue. Agora vai e não pisa na bola, eu fecho a porta. - Ele estava praticamente expulsando o tio de sua própria casa.
- Tá bom...me liga em caso de emergência.
- Não! Eu ligo pros bombeiros, pra Polícia, pro Spidergreen, mas não vou atrapalhar seu encontro.
Dabi sorriu com isso.
- Tá com sua chave, né? - perguntou.
- Sim. - o tio respondeu.
- Beleza, então...boa sorte! - ele fechou a porta com o homem do outro lado dela. Dabi suspirou fundo.
Então saiu pela escadaria, piaou na calçada e seguiu rumo ao seu compromisso da noite.
Sabia que o sobrinho poderia muito bem se virar sozinho.
Izuku deu pulinhos de comemoração! Agora seu tio tinha arranjado uma distração. Seu plano deu certo! Isso era maravilhoso! Ele correu até seu quarto e tirou seu traje da mochila, o vestiu, abriu a janela e lançou teias.
Ele se equilibrou em um fio de telefone, brincando de corda bomba. Pulou sobre um parapeito e correu sobre os telhados dos prédios. Se acocou e procurou na rua por seu tio Dabi. E finalmente o achou. Começou a segui-lo por cima dos telhados discretamente.
Ele estava mexendo no celular, indo em direção ao ponto de ônibus mais próximo.
Ele gostaria de acompanhar todo o trajeto e ver com quem o tio iria se encontrar. Mas resolveu não fazer isso. Estava disposto a ir atrás do seu... Bem... Do Great! E todos sabemos o motivo.
Soltando mais teias. Ele finalmente parou sobre a ponte do Queens, que fica sobre o Lago Coach. Próximo a delegacia. E lá estava Greatpool, pensativo.
Izuku se aproximou e se sentou ao seu lado.
Quando percebeu a presença do mais novo, bufou.
- Pff! Você não tem mesmo o que fazer, não é? - debochou.
- É que minha área anda tão tranquila...aí vim ver sua. - disse-lhe.
- Ah, então você pode invadir minha área quando bem entender e eu não posso pisar na sua? - ele virou o rosto para olhar o herói verde.
- Isso aí. - Izuku confirmou.
Bakugou soprou o ar em aspiração.
- Na verdade...eu não gosto muito de ficar sozinho. - Acrescentou o menor. - E eu também gosto de ver você lutando, Great, ah...eu te acho tão...foda!
Bakugou não precisava esconder o rubor nas bochechas, graças a máscara. E nem a cara de vergonha. Mas confessa que gostou do elogio, como todo mundo gosta. Porém, não esperava assim na lapada dura!
- Você também não manda tão mal. - Olhou para o herói verde. - Escuta, se quiser, um dia, eu posso te ensinar artes marciais.
Izuku mordeu o lábio por debaixo da máscara.
- Eu adoraria. - Murmurou.
O barulho de buzinas ecoava pelo lago.
- Eu sou bom em muitas coisas. - Greatpool complementou. - Quem me dera eu pudesse te mostrar todas elas.
- Você é bom de cama? - Izuku não hesitou em farpar.
- Você é muito safadinho, sabia? - Greatpool balançou as pernas na beirada da ponte.
Izuku apenas riu do comentário.
- Não tenho culpa se você me deixa assim. - maliciou de novo.
Antes que Greatpool pudesse responder mais alguma coisa. O alarme de incêndio soou pelo bairro.
- Merda! Vamos lá! - se levantaram.
- Quer ir de teia de novo? - Izuku indagou.
Greatpool puxou o corpo do menor para perto do seu de uma vez.
- Pode apostar que sim. - sussurrou, um pouco mais próximo do seu rosto que o habitual.
Spidergreen, conteve a respiração ofegante e lançou a teia.
E sentiu seu traje um pouco molhado também...
